Wednesday, March 17, 2010

I thougth I found you... but I´ve only found my own way

Apago o cigarro à pressa...Corro no transito louco, para ter um momento meu!!! Música alta.. canto e liberto o espirito que calado esteve, condicionado durante um dia!

No transito que todos odeiam encontro uns momentos a sós. Para mim na minha cápsula de metal... na minha nave que me conduz ao destino, mas na qual viajo... faço os meus planos... sonho... rio...observo...observo...observo.

E no meio dos meus pensamentos, nem sempre claros, por vezes surgem as conclusões.. algumas respostas...

Eu que procuro um caminho... que pondero os passos.. meço os riscos. Eu que em outras situações, não procuro caminhos, não pondero, não meço riscos, simplesmente me atiro de cabeça nesse rio que todos descemos e no ultimo instante peço que o mergulho seja perfeito, sem salpicos, com pontuação 10-10-10.

Eu que ponto fico eu??? Que caminho quero?
E observo o que me rodeia...neste transito todos somos filosofos... todos nós nos questionamos com algo... seja o que for.. com a importancia que possa ter... todos nós nos dedicamos a um pouco de introspecção.

O casal que discute no carro porque a mulher ficou á espera do marido que nesse dia se atrasou, agora vai ter de fazer o jantar a correr...ele que nem ouve e esta irritado com o transito e ansioso de chegar a casa para ver o jogo que já vai quase no fim da primeira parte.

O rapaz que combina com os amigos a noitada para o dia de hoje...outra vez para o mesmo sitio!!! Não não dá!! Estou cansado... Vamos antes para outro lado...

A rapariga que agarrada ao telemóvel sorri.. enternecida para uma qualquer mensagem de alguem...

O casal mais idoso que tem calma para tudo, pouca pressa de coisa alguma. Comentam que antigamente nada era assim.. nada era tão caótico. Comentam os tempos modernos que são sempre motivo de desconfiança para eles. Onde isto irá parar??? Pensa ele...Que me interessa??? Já não me vai causar muito dano. Ela preocupada com a filha que não disse como estava...Mãe que nunca tem o coração tranquilo com a distancia que a vida por vezes impõe.

Eu que planeio as coisas mais eminentes... compras de supermercado.. creche... trabalho... e no meio de tudo isto dou por mim perdida dentro da rota do meu caminho, em pensamentos mais vastos. Dou por mim a analisar um pouco de mim...

E penso por onde vim... que pedras pisei, que outras agarrei e iniciei a construção do meu castelo...como diria Pessoa. E olho e penso e sinto e vejo que me desviei de algumas e nem sempre tentei agarrar todas as que podia... mas ainda assim o meu castelo lá está... com bases sustentáveis, ainda sem torres de menagem.. ainda modesto... mas ainda assim, ele lá está...que isto de contruir castelos nem sempre é tão simples assim.
Percebo que todas as pedras deviam fazer parte já que todas elas criaram um pouco de mim, a que me rasgou a pele quando cai de bicicleta, as que me feriram a alma de tão aguçadas que eram... as redondinhas e brilhantes que o mar devolve, as macias da erosão do tempo. Todas elas têm um espaço, um lugar definido na contrução das paredes do meu castelo.

Assim sempre que penso que caminho tomar sinto que independente do que escolha independentemente das pedras que encontre, será sempre o correcto será sempre o meu...


Por isso conclui-se que:

I thougth I found you, but I´ve only found my own way

Sejas uma pedra brilhante, aguçada, das que rasga a pele ou das que ferem a alma, sejas uma macia sejas o que fores... serás um pouco do meu castelo.

Tuesday, July 28, 2009


Caminhos

Quantos olhares frios
Se perdem na rua
Que desces ao som dos teus passos
Quantas vidas se cruzam com a tua
Enquanto rumas ao teu mundo
Segues indiferente às mãos que te chamam
Aos gritos que te lançam no olhar
E teimosamente enfrentas o destino
Teimando em nunca parar!

Sigo os teus passos
E perco-me no mundo
Num destino que é o teu
Deixo os meus sonhos vencer esses rumos
Que traças tão longe do meu

Partes para a vida
Ainda meio perdida
Sem nada querendo encontrar
Partes só e triste
Fingindo que fugiste
E que nada te faz regressar

Sigo os teus passos
E perco-me no mundo
Num destino que é o teu
Deixo os meus sonhos vencer esses rumos
Que traças tão longe do meu

Susana
Rumos

Ficaste perdido
No tempo que passou
Perdeste o teu rumo
Nessa nova viagem

Procuras-te novas vidas
Que iluminassem o teu ser
Esquecendo que os teus passos
Iluminam o teu caminho
E que os teu rumos
São traçados pelos teus sonhos

Também eu me perdi
Também eu me esqueci dos meus rumos
E procurei novas vidas
Tambem eu me esqueci que os meu passos
Iluminam o meu caminho
E que os meus sonhos
Traçam os rumos da minha vida


Susana

With a smile

O teu riso ilumina e alimenta-me a alma,
Pára por instantes o compasso certo do movimento do mundo.

Então tudo o resto se desvanece!
Dúvidas que se dissipam,
Medos que se vencem,
Barreiras que se ultrapassam.

Com o teu sorriso
Percebo que os medos fazem parte da vida
Que as barreiras surgem para que o ser se ultrapasse a si mesmo!

Com o teu sorriso
Ensinas-me a apreciar o passar do tempo
Ensinas-me que os sonhos devem fazer parte da nossa vida

Com algo tão simples
Tudo volta a fazer sentido
Encontro um sentido para mim mesma
E a razão és tu!

Susana
Roads

Os descontinuos tornam-se pouco espaçados... o motor queixa-se do cansaço... para trás figuras disformes ficam a perder de vista...desaparecem entre o banco traseiro e o escuro da noite. Uma vontade enorme de continuar assola o meu peito, e torno a acelerar... perco-me nos meus pensamentos, perco-me do mundo e avanço sem rumo, nem eu mesma sei para onde vou.. será que alguma vez o soube? Da janela o vento desperta-me os sentidos, seca as lagrimas do rosto quase que dizendo que tudo vai correr bem... Desligo o rádio e deixo-me levar, lá fora apenas o rolar das rodas no alcatrão, e volta e meia um ou outro ruido da noite... e o silencio... ah esse silencio com que tantas vezes desespero... mas talvez desta vez seja diferente... os silencios nunca são iguais... Há de facto silencios muito bons... ás vezes penso nisso, como coisas iguais no fundo são tão diferentes, o silencio de uma casa vazia, o silencio entre dois olhares profundos, o silencio após o primeiro beijo ou o silencio antes do adeus. Todos iguais, todos diferentes no seu significado! Continuo por caminhos onde já ri, chorei ou apenas passei sem reparar, continuo... não me apetece parar... Volta e meia luzes contrárias iluminam o rosto, á distancia é reconfortante sentir que mais alguem cruza o meu caminho, umas passam mais lentamente outras tão depressa que nem conseguimos perceber e outras tão intensas e tão fortes que por vezes acabam por ferir os olhos, como tantas vezes acontece na vida. Continuo a querer andar, sentir o vento...deixar-me levar por caminhos que outros pensaram...sempre escolhi mesmo os errados...mas todos me levam ao mesmo... todos eles me devolvem esse silencio.

Susana
Sonhos

O sonho comanda a vida... mas o que acontece quando não existem sonhos que nos guiem os passos? O que acontece quando paramos... vivemos e continuamos dia a dia sem que tenhamos um objectivo traçado ou que pura e simplesmente tenhamos deixado de acreditar nesse sonho? Sobrevive-se Sobrevive-se dia após dia... esperando que o próximo seja melhor que o anterior. Esperando que a cada nascer ou pôr do sol algo mude!!! Acredita-se que sim... ou pelo menos eu quero acreditar que sim... Espera-se impacientemente que algo surja no horizonte e mude as cores com que vemos o mundo. Aprende-se a sorrir para evitar as lágrimas... E assim permancemos na existência quase conseguindo a proeza de nos convencermos a nós próprios que realmente estamos a sorrir. Raramente... alguem...consegue furar a barreira e perceber que nem sempre que sorrimos a alma acompanha o corpo... Que nem sempre conseguimos disfarçar a tristeza no olhar. E quando isso acontece e saímos do estado letárgico em que estamos e acordamos para a realidade sentimos o frio, o silêncio, o vazio...Questionamo-nos, tentando encontrar resposta para perguntas que nem conseguimos formular. Surge o medo de sermos os únicos que não sonham...
Um dia

Um dia ganho coragem e fujo da cidade...
Um dia decido trocar as torres altas por um sitio onde consiga ver o céu estrelado...
Onde o dia me traga cheiros únicos, diferentes dos que tenho e a noite me embale com a sua melodiosa canção.
Um dia descalço-me e saboreio a erva sob os meus pés.
Permitir-me-ei ficar a olhar as nuvens no céu.
Um dia quero poder ver as estações a mudar e a colorir a paisagem que me rodeia.
Um dia vou perceber os ciclos da terra, o tempos dos frutos e as rotas das aves.
Um dia quero conseguir prever o tempo apenas olhando para o que me rodeia.
Quem sabe um dia consiga acordar bem cedo e sossegada observar o nascer do sol.
Quem sabe um dia consiga transformar estes dias em semanas, semanas em meses e meses em anos.

Quem sabe se um dia não ganho essa coragem!



Susana

Moinhos

O céu é mais azul,
A lua maior e mais cheia quase tangivel ao toque de uma mão,
O branco das casas confunde a vista.
E o som do mar embala os mais profundos sonhos.

No alto...
No alto o vento envergonhadamente passa...
As ocarinas cantando baixinho segredam-lhe o dia,
Enquanto pás sem velas anseiam por poder rodar...

Tudo tal como o tempo
O tempo que passa e nós moinhos sem velas nem sempre sentimos
Nem sempre ouvimos o som das ocarinas
Nem sempre o queremos ouvir...

Por vezes somente temos medo...
Medo de rajadas mais fortes...e então...
Amarramos as pás, travamos os mecanismos e ficamos...
Ficamos sós no alto do monte... à espera...

Mas o tempo insiste em passar...
E o medo.... esse... tem de se perder...
Quero soltar as amarras... desprender o mecanismo...
Deixar as pás rodarem ao sabor do vento... não temer...

E arrisco...
E tento...
E quero simplesmente celebrar... em roda ao som das ocarinas
O vento que passa e que enche as velas... incitando em continuar....

Calma

Velhos sentados á soleira das portas. Cajados nas mãos e chápeu. Rostos marcados pelo sol e pelo tempo.
Sempre me intrigou a calma de certas gentes. O modo tranquilo de encarar o nada.
A mim... a calma serena causa-me necessidade de agitação... Como lagos espelhados nos quais temos que lançar pequenas pedras para fazer ondulação.
Vidas marcadas.... talvez dificeis. Ritmos com diferentes compassos... em que a pressa e a correria somente surge quando assim tem de ser. Observo e sinto. E torno a sentir que perdemos tanto... Perdemos em correrias... horários... pressas... atrasos... Tudo para quê?

Tudo para acompanhar o frenesim da cidade... porque o homem imita o que em seu redor encontra.
Assim... e quando em locais... onde o tempo leva tempo... Onde o dia começa um segundo após o ontem e termina um segundo antes do amanhã. Assim, aqui, deixo que o tempo seja apenas tempo.
Sento-me á soleira da porta. Com a calma de quem, apenas, quer ver quem passa. Pode ser o Ti Zé... pode ser a Ti Joaquina... Não interessa se cruzou caminho á duas horas atrás, ou ontem. Aqui... aqui onde o tempo leva tempo... há sempre tempo para um olá. Há sempre tempo para um gesto de cumprimento afavél ou um sorriso.
Aqui onde o tempo leva tempo, até ribeira segue calma.... a tempo. Sem pressas de chegar primeiro.

Aqui onde o tempo leva mais tempo....